Orquestra em silêncio

Uma certa doce insegurança o rondava, uma dose de precipitação em um copo curto e algumas pedras de gelo. Decidico levanta-se da poltrona, veste seu fraque escolhendo o melhor caimento para cada vetimenta, tinha se banhado e se embebecido em água de cheiro. Uma vaidade boa de sentir, aquela que precede o encontro.

De tão ansioso errou o caminho, caminhava pelas ruas do centro velho. Esperava e antecipava cada situação que poderia vir. Preparou os argumentos e os momentos com a minúcia e a frieza de um hábil diretor de cena.

Olha o relógio e descobre que a hesitação o tinha atrasado, não minutos, mas horas.
Chegou em tempo para o último ato. A orquestra tinha um som cheio, completo e complexo que enchia os ouvidos, quase atordoante.

Um gesto abrupto do maestro e o som se torna um silêncio inquitante e persistente e que parece resistir à qualquer tentativa de quebrá-lo. A cada novo compasso de pausas, mais e mais dúvidas e questõe slhe vinham à cabeça. O vazio se tornou uma oficina aberta às experimentações do caos.

Quando as respostas pareciam se aproximar e delicadamente se aconchegarf em seu colo, num movimento o maestro traz de volta toda a sonoridade de sua orquestra.
Quando as semibreves e as semínimas voltaram a habitar a pauta dos músicos é que se fez bem claro: Quão valoroso é o silêncio.

Não só, com o atordoante e ligeiro movimento que os intrumentos ressoavam se fez ainda mais límpido o valor inestimável de cada nota e de cada pausa. O yin e o yang, o complemento dos opostos, o silêncio e o som.

Lembrou-se da falta dela e da imensa pausa que havia na partitura deles dois.

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