Café da manhã

Meu amor vou explicar como é que é,
ele tem o sal da manteiga e o doce do café,
te alimenta todas as manhãs,
sem manha, só a façanha de me reapaixonar.

Sua falta é faca no queijo,
corta um pedaço do que é gostosura.
Me priva de um simples beijo,
faz do meu dia um leve gastura.

E ansioso, estou a procura de uma nova manhã
com você ao meu lado de cama.
Então, antes de ir tomar seu café, me chama?

Gostosa

Gostosa tem um sentido lato, mais amplo. Porque gostoso mesmo é o recheio.
A gente vem seguindo a receita, lê rápido a massa e segue logo pro recheio.
Lá mora a delícia, lá vive o deleite.

Então, encha o peito e diga bem no ouvido dela: Você é uma gostosa!
Depois aproveite a noite explicando o sentido amplo que este adjetivo tem.

O deleite pleno, enxergar a beleza em cada traço, fazer de cada abraço
um amasso, só pra sentir o coração mais perto. A maneira mais gostosa.

Quadro branco

O quadro branco está manchado, as velhas ideias ainda permeiam os novos diagramas. Alguns chamam isso de experiência e de vivência. Estão certos. Mas pergunto, o que fazer quando os velhos rabiscos tiram a nitidez de novos traços?

A desconstrução do antigo, do velho é metade da iniciativa que vai gerar o novo. Existe um lugar onde não guardamos anotações, onde não colecionamos frustações. Um lugar onde só resta o certeza de onde queremos chegar e que significado este objetivo deve ter.

Neste ponto, percorrer o caminho deve ter o mesmo signficado da chegada: construção. Edifique um conhecimento que jamais ruirá e este conhecimento não está  nas manchas de um quadro branco que fora várias vezes apagado, está na caneta e no traço que dela virá.
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Uma sincera homenagem a Oscar Niemeyer