Monossílaba

Pensei que tudo começava na letra, o signo.
Enganei, só há alguma coisa depois da sílaba.
O som, o fonema, a parte de um todo.

Juntamos todas as características,
Observamos as peculiaridades,
Respondemos à pergunta:
Afinal, o que a torna única?

Neste momento aparece um nome.
Mas depois deste invólucro para todas
as qualidades e para todos os teus jeitos.
Meu carinho e meu afeto lhe deram um apelido.

Um apelido de uma sílaba.
Um som que não sai da cabeça,
a origem do meu bem querer
descrito neste pedacinho de palavra.

Nele mora todo meu jeito de descrever
meus momentos com você. Sua presença
aqui está toda nesta sílaba.

Dela começo um poema, um texto,
uma canção, um romance, uma vida.
A origem dos meus chamegos é ter
esta nesguinha de palavra como vocativo.

Uma letra depois a outra, logo um som.
Pouco para tudo que você é pra mim,
Muito para este pouco de falar.

Para todo este poema basta esta sílaba.
Depois de dizê-la me calo.
Ouço no silêncio que sucede o restante
os poemas e as canções que vivem
neste apelidinho monossilábico que te dei.

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