Do alto da obra

Não dá para negar, para não sentir,
Não dá para se abster daquela presença.
Volto ao trabalho guiado pelos sentidos,
Ela passa como uma oportunidade,
única e arrebatadora.

Quem não agarra, não aproveita,
mas quem ousaria? Parece agressivo.
Mas não seria mais nocivo que aqueles olhos.
Já não bastava ter preenchido um dos meus sentidos,
Me leva outro.

Me desconheço naquele presença,
Instaura-se uma confusão que me deixa mudo.
Seguida de uma bobagem que me põe a falar.
Só volto a si na sua ausência.

E a obra só se completa quando ela voltar a passar.

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