Fingimento

Ela parece fingir inocência, constrói em torno de si mistério. Não parece haver relação entre aquela libido e o ingênuo, temos sim um belo despautério. No entanto, ao final, nem parece e nem finge, só fica a dubitável nuvem. E por trás desta nuvem? Existe tempestade? Ou seria apenas uma brisa? Nada mais sedutor que a dúvida.

Se tempestade ou brisa, já não estou certo. Apenas sei que estou escrevendo ao vento. Sobre sua libido, talvez ela nem saiba o que significa a palavra, claramente ingênua. Mas ao recitar os versos de minha fixação aqueles olhos de deleite reavivam o mistério. Sua fingida! Por que esconder tamanha perspicácia? Se está me entendendo não se finja de desentendida. Se não compreende, me faça o favor de se fazer de sabida.

Enquanto isso vou me fingir de poeta e cortejar sua atenção, quem sabe o mistério se resolva, a máscara se dissolva e a gente pare de fingir.

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