De que me adianta estar no meio desta calmaria, se meu barco só se lembra da tormenta. Seria o mais usual e tambem mais comum se meu leme me levasse por inércia ao antigo cais.
Mas de que adianta se minha embarcação ainda recorda as ondas lambendo o casco. Se só me trazem lembranças de quando o timão andava desgovernado ao sabor dos ventos. Que emoção e que aprendizado existe na bonanza? Como seriam as futuras cartas de navegação, se não fossem as lições aprendidas em cada intempérie?
Seriam apenas círculos, ciclo viciosos de um caminho sem novos ventos, por regiões já singradas por outros navegantes ou até mesmo por mim, o que seria ainda pior.
Todas as noites, recolhido no dormitório do barco, rogo a Iemanjá que me traga uma tempestade e que dela não dependa minha vida. Quero sim aprender com ela, manter meu rumo preciso no meio de cada onda abrupta.
Como capitão recem-nomeado deste barco de mim mesmo, quero subir à proa, olhar o horizonte e dizer: - Seja bem-vinda minah tempestade que voc~e não me leve de volta ao cais mas que eu não te esqueça e que depois de ti possa entender um pouco mais dos desígnios de minha mãe. odoiá!
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