Retrato


Sobe uma linha agressiva de arrepio quando vejo aquela foto.
É um olhar que só as lentes puderam captar, mas só eu sei o que significa.
Um constraste denso com as linhas tênues daquele retrato.

Uma evocação emoldurada de um sentimento o qual não entendo.
O obturador pode explicar a velocidade que ele arremata meu peito,
perco o fôlego e como se não houvesse diafragma respiro ofegante.

Até me iludir com o que nunca foi: só uma foto.

Ode ao jogo de cintura

Às favas com as decisões, uns dizem que é preciso racionalizar,
mas, como? Se a sensibilidade também for importante.

Outros teorizam que é preciso equilíbrio,
no entanto, e se as melhores decisões forem as que tem
uma pitada de desequilíbro?

Se cada escolha envolve uma renúncia,
é preciso coragem. Coragem para escolher
ou para renunciar?

Se renunciar for covardia, o quão covarde
pode ser uma escolha?

Decida-se.