Vossas excelências, os vereadores


Acredito que nenhum dos estimados leitores compra produtos baseados apenas no código de barras do mesmo. "Mas que figura ridícula, senhor autor." Podem dizer alguns, mas lhes afirmo o sistema de escolha para o poder legislativo municipal, vulgos vereadores se dá exatamente desta forma.

Sem boca de urna e nem mesmo preferência política, acredito que o sistema de escolha para estes candidatos não corresponde à democracia que merecemos. Um país que se orgulha de ter um dos melhores sistemas eleitorais do mundo e que tem trabalhado duro em todos os níveis e partidos para extinguir a corrupção não pode permitir um sistema de escolha como este.

A pergunta que reina na cabeça de cada eleitor: Como escolher um candidato a vereador? Temos opções: 1) Escolha pela combinação numérica mais agradável: crescentes, descrescentes em blocos de números, como preferir. 2) Escolha o apelido mais bem-humorado: o candidato da feira, da escolinha, do gás, do bar, você é quem sabe. 3) Escolha o que usa mais imperativos e rimas: Para ficar legal, vote fulano de tal, Para continuar com nosso plano, vote beltrano. Contra a corrupção vote Melão, vote, faça, quem tiver síndrome de marionete, vote na candidatete.

Entre as pérolas que acumulo, segue sendo mais interessante votar nulo. Perdão pela rima, contagia! Votar não está no coração e nem é um ato que pode se valer da popularidade deste ou daquele candidato. Voto é racional, escolhendo candidato pelo nome e pelo trabalho. A figura da entrevista de trabalho é perfeita. Que tal imaginarmos que estamos entrevistando suas excelências, futuros vereadores? Assim fica mais fácil avaliar as respostas para as questões sociais, econômicas e políticas que queremos resolvidos.

Um eleitor.